segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Abismos mágicos


É a floresta o templo em que celebramos o silêncio.

Seus olhos são a noite eterna e profunda

Onde caímos no sono sem fim.

Abismos dos sussurros mágicos!

Dois buracos sagrados

Guardando os segredos da noite.


Enlace a chama e queime a igreja,

a grande usurpadora da nossa terra sagrada.

Aponte para o norte.

A estrada surgirá de Orion.

Lemúria se erguerá do mar do esquecimento.


Com minha língua matarei o cardeal.

Fogo no altar!

Assistimos da floresta

A ascensão do nosso reino

De carne e sangue.


Dance com a serpente

E conheça o segredo.


Foi na sombra da árvore do bem e do mal

Que lhe beijei pela última vez.

Antes de você cair

Sobre a terra molhada.


A torre negra faz sua sombra

E divide três rios.

Um grito na floresta anuncia sua chegada.

Hei, hua, hai!...

Canta Baphomet entre as folhagens.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Baphomet

Eu sou a lei

E digo que não há lei.

Pois meu reino se sustenta no prazer

E no ódio aos tolos.

Nasci para reinar nos seus sonhos.

Sou eu que faço nascerem seus pesadelos

E seus desejos noturnos.

Eu reino na noite

E na solidão da sua cama.

Lhe espero na floresta.

Lá sustentarei meu cajado.

Venha se houver coragem.

Se seu desejo for mais forte

Do que seu medo.

Somente assim plantarei na sua carne

Meu concupiscente trono.

Na sua língua semearei minha vontade.

Pois assim é minha vida

Nas sombras da sua.

Mario C. Rasec